Era uma vez uma garota que acredita em contos de fadas e em belos romances, que sonha com seu príncipe, com dragões e gnomos.
Que conversa com fantasmas e que tem seus próprios fantasmas.
Mas que tem os pés bem ancorados ao chão.
Era uma vez uma garota, não muito comum, para alguns exótica, para outros misteriosa, ou diferente.
Era uma vez uma garota, que passou por muita coisa, e foi mais além do que pensou que podia.
Era uma vez uma garota que tropeça, cai, levanta. E que desfilou na passarela, quebrou o salto, riu e consertou seus sapatos.
Era uma vez uma garota que quer conhecer o mundo, e que ainda espera e sonha por isso.
Que enfeitiça quadros e devorava livros.
Que gosta de brincar com palavras.
Era uma vez uma eterna sonhadora.

Enigma do ser esfinge

“Decifre-me ou devoro-te”
Somos o mais difícil enigma,
e não toleramos respostas erradas e equívocos.
“Decifre-me ou devoro-te”
Outros acham que sabem tudo sobre nós
e que nós sabemos tudo sobre eles.
“Decifre-me ou devoro-te”
Achamos que nos conhecemos bem,
e que devemos conhecer tudo sobre o outro.
“Decifre-me ou devoro-te”
Ainda podemos nos esconder sob mascaras,
não sei nem se conheço seu verdadeiro rosto.
“Decifre-me ou devoro-te”
Sabemos da hipnótica verdade,
e continuamos com a mesma van filosofia.
“Decifre-me ou devoro-te”
Olhos de míopes,
num mundo enevoado.
“Decifre-me ou devoro-te”
Deveríamos desistir de decifrar por inteiro, o mutável.
Ser humano, ser complexo, ser esfinge.
“Decifre-me ou devoro-te”
Enigma impossível de resposta única e teligível,
então vamos devorando uns aos outros.

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