Era uma vez uma garota que acredita em contos de fadas e em belos romances, que sonha com seu príncipe, com dragões e gnomos.
Que conversa com fantasmas e que tem seus próprios fantasmas.
Mas que tem os pés bem ancorados ao chão.
Era uma vez uma garota, não muito comum, para alguns exótica, para outros misteriosa, ou diferente.
Era uma vez uma garota, que passou por muita coisa, e foi mais além do que pensou que podia.
Era uma vez uma garota que tropeça, cai, levanta. E que desfilou na passarela, quebrou o salto, riu e consertou seus sapatos.
Era uma vez uma garota que quer conhecer o mundo, e que ainda espera e sonha por isso.
Que enfeitiça quadros e devorava livros.
Que gosta de brincar com palavras.
Era uma vez uma eterna sonhadora.

Partida em dois

Partida em dois.
Espeto o dedo na roca, me magôo.
Por que eu tento ser racional?
Porque finjo para mim?
Não sou razão.
Minha razão é hipócrita e covarde.
Meus sentimentos são loucos e inexplicáveis.
Minha razão é severa,
me coloca de castigo,
presa em meus próprios pensamentos,
numa queda de braço,
minha mente sabe as formas,
meu coração é mais forte.
Em cima do muro,
dos dois lados do muro,
e acabo caído do lado mais louco,
tentando escalar e pular para o outro,
mas paro quando chego em cima.
Dividida.
Estou em cima de um muro?
Estamos sempre em cima do muro?
Sempre buscando equilíbrio?
Não quero um muro,
Quero uma ponte,
para passear de ambos os lados,
sem a dor da queda,
sem esforço para escalar.
Quero ficar no meio e viver
ambos os lados.
Não há escolhas a serem feitas,
sou os dois.
Não é equilíbrio,
é harmonia.

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